quinta-feira, 13 de julho de 2017

Qual é a minha educação de direito?

Versos | Prosas - Por Michelle M. Praxedes Silva
A educação é um direito constitucional conforme o artigo 205 da nossa lei máxima, mas observando a situação do nosso país que caminha na direção de uma curva descendente, no que se refere aos direitos constitucionais, eu lhe convido a refletir: qual é a educação de direito da população menos assistida? Ou melhor, a periferia /o pobre tem direito a qual educação?
Foto: autor desconhecido - Google 12/07/17
Diante deste questionamento, vejo que o leque de perguntas começa a se ampliar. A educação que esta população tem direito é aquela que mudará sua condição de vida tanto física, como sua visão de mundo, os tornando sujeitos capazes de compreender e buscar alternativas de mudanças? Ou é aquela educação que lhes permitirá integrar um exército de reserva momentâneo, podendo ser descartado a qualquer momento? Qual educação? Aquela que a partir de reformas limita o conhecimento, que pela falta de investimentos desestimula tanto o aluno quanto o professor? Ou aquela nos liberta, nos permite sonhar, acreditar e participar ativamente da sociedade?
Observando esta educação que é destinada a população pobre nota-se um crescimento numa curva ascendente do número de pessoas que sofrem em função deste sistema, com uma educação cada vez mais degradada. Podemos afirmar que o sistema capitalista perpetua a exclusão que ele mesmo produz, No entanto, depende dessa exclusão para existir, assim conforme nos traz Martins (2002) “a sociedade que exclui é a mesma sociedade que integra e cria formas também desumanas de participação, na medida em que delas faz condição de privilégios e não de direitos (p.11)”.
Na contramão disso tudo, percebemos cada vez mais ações da educação não formal buscando meios de possibilitar a população de periferia / menos assistidos, que é possível ocorrer mudanças a partir do momento em que houver o empoderamento desta população, no sentido de possibilitar a estas pessoas serem sujeitos de sua própria história.
Referência: 
MARTINS, J. de S. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais. Petrópolis RJ: Vozes, 2002.

Michelle Mayara Praxedes Silva é formada em pedagogia, mestre em educação pela Universidade Estadual de Londrina, ativista social e coordena com o Leandro Palmeirah A Cufa Londrina.

O projeto - Versos/Prosas e Favela | foi idealizado por Zé da Cufa que é presidente estadual da Cufa Paraná, psicólogo, pastor, ativista em favor de reflexões e ações de combate aos excluído e marginalizados. E-mail: jose.cufaparana@gmail.com

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