Versos | Prosas - FAVELA | Por Sérgio
dos Santos - Grilo
SERES
HU (Manos)! PESSOAS!
Sejam
elas de qual classe pertencer, percebemos que carecem de profundos
relacionamentos com os “próximos”. Relacionamentos estes, que de forma quase
“mágica”, impacta tanto as suas existências, que os leva, ao mais alto nível de
inspiração, ao ponto de imitá-los - “imagem” e/ou “pessoa” - que de fato é aceita
como persuasiva. Será? E se é que o são. O que se tem influenciado ao próximo?
Em uma sociedade de
muitos “mestres” cheios de si e poucos “aprendizes”. O negativismo ganha espaço
avassalador e causa grande desconforto. Será estamos no “comando”, e este acaso
é saudável? Respeitando a ordem natural da vida, ou não passamos de
“comandados” pelos fatores negativos dos quais pegamos e somos modelos?
Vejamos... Certo artigo trazia a seguinte frase: ¹“Mas eu já comando minha própria vida e
também estou conquistando meus objetivos! ”. Parece difícil entender esta
afirmação “comando minha própria vida”, pois basta um olhar mais pretensioso ou
sincero ao nosso redor, e identificamos pessoas com atos no mínimo
descontrolados e /ou a “Coragem da Massa”, aquilo que a psicologia trabalha
muito bem, o que não faria sozinho, tem a coragem se estiver em grupo (embora
quem vos escreve seja limitado nesta bela área do conhecimento) e indica uma
leitura mais a fundo sobre este assunto.
Está na moda os vídeos instantâneos da
violência urbana. Porém o lado cruel “revelado” hoje, já é vivenciado desde os
bárbaros, e ela, a barbárie nunca saiu de nós, somente agora, traz consigo a
sensação de estar “mais viva”, mero efeito das lentes da tecnologia. Todo tipo
de poder subjuga alguém, todo tipo de comando exclui o direito a liberdade do
outro – peço-lhes a licença, para avaliar assim -, pois se o comando de sí,
serve para o benefício somente de sí, e NÂO também o do “vizinho”, nosso dito
controle e/ou “comando” de nós mesmos, é no mínimo falho. Fugindo da ordem
natural de um bem coletivo. Salvo qualquer generalização! Nossas Periferias
(digo nossas, pois a 34 anos sou parte dela), traz consigo tristes estatísticas
de descontrole de caráter.
Ouvi
e também -anteriormente- já fui favorável a esta conclusão, de que temos nossos
motivos para agirmos violentamente em algum momento da vida. Porém ao
observarmos, podemos contemplar que na solidariedade existente na pobreza, nos
bons gestos entre nós, são gerados muitos bons frutos interiores e na sequência exteriores, transformadores,
que transbordam e rompem barreiras, abrindo novos horizontes para o viver bem,
no coletivo! Quantos HU (Manos), tem se levantado para o benefício de grandes
massas, em prol aos desfavorecidos, os desprovidos de todo e qualquer benefício
mínimo dos “Comandados da Máquina Pública” e rejeitados. Enfim o seu povo! Além
disso, ainda explorados para o crescimento de uma “Minoria”, esta, indiferente
ao caos diário da pobreza do povo brasileiro. O “milagre da multiplicação” está
ocorrendo entre nós, periféricos, pelos voluntários do anonimato, que não são
mais comandados pelo “ritmo da máquina opressora”.
MUDARAM
O SENTIDO! Mudaram do olhar vertical do o próprio umbigo e horizontalizaram
suas vidas, arregaçando as mangas, por SÍ e pelo OUTRO! ALEGRIA! SIM...
Momentos de alegria visitam diariamente nossa classe pobre, através dos
anônimos do “Bem comum”, se é que assim podemos classifica-los.HU (Manos),
mulheres, jovens, que longe de serem “Comandados” pelo negativismo individualista,
pois deixaram as estatísticas dos que não: “Devolvem um pertence de outro
achado na rua”, ou não mais, “ Planejam chegar a política para se beneficiarem”
ou “aqueles que traem seus cônjuges e ainda infiéis nas amizades” e também não
pensam em “Desvios, desvios e mais desvios de- grana-, para seu bel prazer” ou
ainda mais, ”Embora na mais histórica pobreza, escolheram serem fiéis na administração
de recursos, que não são seus, mais que passam por suas mãos diariamente sem
corrompe-los”.
TOMARAM
AS RÉDIAS DA VIDA. COMANDAM SUAS VIDAS! E todo ser humano sóbrio, pertencente
seja ele de qual for a classe, carrega dentro de sí, que o bem comum, é a chave mestra para abrir toda e qualquer porta de
desigualdade nas comunidades, propagando assim o progresso. Eiii, amigo!!! Nos
fica o desafio para deixarmos de sermos “comandados” pelo negativismo
individualista em nosso dia a dia, ainda que ele carregue a “força dos anos”
com ele. E como efeito disso, assumirmos um “Comando” saudável de nós mesmos
visando sempre o coletivo!
Periférico.
Você consegue!!!
Citação:
¹
(http://habitosmilionarios.com.br)
Sérgio
dos Santos – Grilo é ativista social e cultural e idealizador da revista RUAS.