quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Bagui eh doido


VERSOS & PROSAS – FAVELA | Por José A. Jardim, 27 Dez. 2019
Ao entregar meu cartão a uma pessoa: ... Ah! Você eh psicologoooo?
Nada contra perguntam e a pessoa; loira, rica e branca, até por não convivo com ela pra dizer quem és e se eh racista ou não .... mas, contra sua forma de expressão ao saber que sou psicologo, um ar de espanto. ... Você eh psicólogoooo? No momento viu que exagerou e tentou criar um clima ... mas, com direito a extensão vocal - psicóclogooo não há remendo que resolva tal comportamento. Pois, ser psicólogo na concepção dela eh algo restrito para uma só classe social, sobretudo, estamos eh longe dá ruptura do julgo aos estereótipos.
Expando, este que ao viés histórico é explicável.  Se estabelece na sociedade brasileira e define uma só classe social dominante. E, ao longo dos anos fixa também seus mecanismos de controle aos espaços de formação acadêmica. ... e este, tende a controlar os que adentram e saem, principalmente os que forjem dos padrões estabelecidos pela sociedade burguesa; no entanto, no embate camuflam-se em meio as situações cotidianas restringindo suas ideias e discursos ao cunho de que foi brincadeira, me espantei só isso, entre outros.
Enfim, eh preciso considerar que o racismo é uma questão que se mantém também ativo nas restrições dos espaços ocupados pelos negros, pardos e as mulheres, e sob as supostas brincadeiras e comparações ao autodefinir alguns como casta "superior" – redefinindo outros como inferior, eh crime. E, pegando um gancho na psicologia, o racismo existe e ele mata todos os dias e não só fisicamente, mas, psicologicamente e deixando cicatrizes profundas.
No entanto, para além da individualidade, conquistas do outro e das vontades ou opiniões, as castas caucasianas fixam nos espaços o poder simbólico, mecanismo este de pertencimento e controle. Limitando e tornando o acesso extremamente difícil aos espaços ao negro e as mulheres. E, ao estabelecer limites para quem adentra aos espaços sob o viés do controle simbólico tentam redefinir constantemente o perfil dos ocupantes e não só através da hierarquização da supremacia caucásia, mas, também quem fará parte do espaço em questão.
E, apesar da representatividade da cultura afro-brasileira estar presente e viva em cada canto do país, os registros de casos de racismo e restrições de espaços seguem em ascensão — hoje é possível identificar esses sujeitos e os setores conservadores, a exemplo, os jogos de futebol, na politica e nas grande empresas. Estabelecem quem são os que devem participar dos melhores espaços e em qual espaço vão adentrar.
Contudo, muitas questões e desafios sobre o tema merecem atenção, pois, em um país com 54% da população negra ... um pai negro tendo que provar que uma família negra não consegue alugar uma casa, em razão de preconceito, ou que o negro não consegue emprego – psicólogo, advogado, dentista, entre outros profissionais, em razão do racismo, bem como a falta de execução da legislação e andamento das ações na justiça penal, pois, os atos acontecem todos os dias – mas, não é todos os dias que os criminosos vão presos e permanecem presos. De fato, estamos eh regredindo. ..?
 #nãoaoracismo  #vidanegraimporta  #racismoecrime 
______________________________________________________________________________
Os textos, entrevistas, entre outros são de autoria de colaboradores ou dos colunistas da Coluna Versos & Prosas. Sobretudo, não representa ideias ou opiniões do veículo em questão, mas, a liberdade de expressão. No entanto, a Coluna Versos & Prosas oferece um espaço para as vozes, em especial a favela, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

As Favelas!


VERSOS & PROSAS – FAVELA | Por José A. Jardim, 04 Nov. 2019

Em meio às ruas de buracos, íngremes e estreitas, coberta por nuvens de poeiras, formada por barracos de alvenarias ou por restos de madeiras, em meio às fábricas abandonadas e botecos amontoados.
Reconhecida por uns e desconhecida por outros, odiada por uns e amada por outros, porém é um espaço diferenciado que gera sentimentos isolados.
Em meio aos becos e vielas, lá estão elas, entre elas encontra-se várias histórias, que por si cada uma constroem a grande história, anônimos, sim, mas para aqueles que não veem as favelas.