domingo, 17 de dezembro de 2017

20 de novembro: É coisa de preto!

VERSOS & PROSAS –  FAVELA | Por: José Antonio Campos Jardim
Foi nestes espaços de segregação, e marginalizado, que conquistei minha tão sonhada liberdade.
Desde criança, tive que aprender a surfar no olho do furacão e sobreviver era a meta, para não ser engolido pelo crime. Isto sim é coisa de preto. Desta forma, não tão diferente de milhares de famílias brasileiras, a minha também viveu abaixo da linha da pobreza. Pais humildes, pobres e semianalfabetos. E, mediante o sonho de dias melhores, também peregrinamos em busca da melhor qualidade de vida e, mediante as idas e vindas, tive a oportunidade de morar em algumas “favelas” no Paraná, na Bahia e um curto período em São Paulo. Em meio aos becos e vielas e ruas de terra é que vivenciei os encantos culturais das pessoas e dos seus territórios diferenciados. No entanto, o fato de não ter identidade local com os meus pares foi frustrante. Ao mesmo tempo, éramos anestesiados pela frustração de estar peregrinando e não criar laços com os territórios, com as culturas e com as pessoas. E, quando iniciamos o tão sonhado vínculo afetivo (identificação) com o outro – na escola, nas ruas e com os vizinhos de barracos –, era hora de partir em busca do ouro de tolo.
Naquele momento, o medo do novo (desconhecido) era afagado pelas velhas lembranças do futebol nas ruas, de soltar pipa no campinho de terra batida e dos longos jogos de bola de gude que, na maioria das vezes, adentravam a noite. Mas cada local em que pude estar foi um de aprendizado ímpar, que diretamente contribuía para minha indignação ao “levar geral” (revista) da polícia nas ruas ao ir para escola, pois esta é a única política pública constantemente presente nestes espaços (favela), o que, por sua vez, contribui diretamente para a segregação e a marginalização do negro. Estamos falando de direitos, de vidas ceifadas diariamente, da ausência do Estado, da história da construção desse país”. Vivenciamos diariamente nesses territórios as mais diversas mazelas sociais. Nesses espaços, tive o desprivilegio de conhecer os politiqueiros que nos vistam de dois em dois anos com fins da manutenção dos seus cargos. Vi meus irmãos e jovens negros (amigos) serem massacrados, marginalizados e assassinados. Vi meus irmãos e jovens negros (amigos) enveredarem-se para o crime. Vi meus irmãos e jovens negros (amigos) serem ludibriados pelo uso do antedepressivo dos jovens: o crack. Vi meus irmãos e jovens negros (amigos) entrarem para o crime, querendo dias melhores. Vi meus irmãos e jovens negros (amigos) entrarem para o mundo do crime para comprar uma casa melhor aos seus pais, ter um carro para dar um “rolê” (passeio), ter um relógio “da hora” (bonito), ter um tênis ou até mesmo um celular do momento. 
Mas foi nestes espaços de segregação, e marginalizado, que conquistei minha tão sonhada liberdade, meus estudos em teologia e psicologia, minha família e, no sonho de dias melhores, o pulsar da força de resistência. Foi nesses espaços e pelos dos ensinamentos dos mais velhos que aprendi a não desistir da luta diária em favor da minha vida, dos meus direitos e dos meus pares, aprendi que, mesmo nos momentos mais difíceis, devemos continuar a sonhar sempre, pois da ponte pra cá nada vem de graça. Nesses espaços, também vi meu pai ser preso algumas vezes durante o regime militar e voltar pra casa de cabeça raspada. Sob agressão, era neutralizado e conduzido pelos pracinhas: na maioria das vezes, ele estava “chapado” (alcoolizado), como muitos seres humanos que não aceitam toda a realidade de dor ao ver seus familiares (filhos) sem projeção de futuro. Do mesmo autor: E esse futuro que nunca chega? (artigo publicado em 02 de maio de 2017)  http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/e-esse-futuro-que-nunca-chega-716u2cj9wu6rw6lu8wqlywz05
Foi nesses espaços de turbulência constante que, quando adolescente, tive que escolher entre estudar e colher café, algodão e capinar soja para ou migrar para o crime, como muitos dos meus amigos. Tive de aprender a driblar a criminalidade nas lavouras em meio a frio, chuva e calor, e ao mesmo tempo entender das leis nas ruas para não ser mais um jovem negro nas estatísticas da criminalidade, ou seja, ser sugado pelas garras do crime. No entanto, alguns amigos negros que não tiveram a mesma sorte de benção se foram por achar que no crime poderiam conquistar a libertação do sistema “escravocrata” vigente. Nada foi fácil para nós e não será para os pares nos dias de hoje. O 20 de Novembro reforça nossa luta contra um sistema que nos vê como mais um. É fato que a “Casa Grande” não nos vê como parte do “poder”, somos a parte que entra em cena para uso, somos os buchas nos processos eleitoreiros. Somamos 54% da população, mas na prática somos a minoria nos espaços de poder político, nos gerenciamentos das grandes empresas e nos cargos de elite.
E, diariamente, somos convidados a concordar com afirmações como “toda cor é humana”. Absurda afirmação, pois sabemos qual cor é desumanizada diariamente. Entre os fatos históricos e da atualidade, não dá para aceitar a condição de buchas que nos é imposta pela “Casa Grande”; não dá para seguirmos terceirizando as nossas representações políticas, não dá para olhar para os espaços de poder (Brasília) e saber que existem bancadas para todos os gostos, exceto para os 54% da população. Não dá para aceitar que um ato racista seja apreciado pelos defensores dos bons costumes como um simples equivoco, como William Waack dizendo “É coisa de preto”. Não há como aceitar os números, olhando das arquibancadas, enquanto nossos jovens têm suas vidas ceifadas, pois, segundo pesquisa realizada pelo Ministério Público no primeiro semestre de 2016, no Paraná, quase metade das pessoas mortas pela polícia eram negras.
Os números espelham uma realidade tristemente brasileira, como mostram diversos outros levantamentos. Enfim, que na data de 20 de Novembro, o Dia da Consciência Negra, todos os seres humanos possamos entender que não se trata de “mimimi” ou só de dados, mas de números reais que apontam para um racismo velado, que muitos ainda insistem afirmar ser vitimismo. Estamos falando de direitos, de vidas ceifadas diariamente, da ausência do Estado, da história da construção desse país, que, em linhas gerais, não é contada verdadeiramente e, quando sim, é contada, na maioria das vezes, por um branco que insiste em postergar a verdade, como ocorreu em Belo Horizonte (MG), onde um texto aplicado para leitura dos alunos afirmava que a feijoada é um prato Europeu. Enfim, muitos sobreviveram ao impacto do racismo, mas muitos ainda vivem a dor de serem estigmatizados constantemente pela cor da pele. Que esta data seja um convite, todos os anos e diariamente, para que possamos refletir sobre nossas atitudes e os pré-julgamento em relação ao outro.
O texto se encontra publicado na Gazeta do Povo   Link: 

José Antonio C. Jardim, pastor IPB, ativista social, psicólogo e empreendedor social, é presidente estadual da Central Única das Favelas (Cufa)

REUNIÃO COM A CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS E FRYSHUSET

O presidente da CUFA Global, Preto Zezé se reuniu com o Embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, para discutir programas e parcerias entre Ceará, as organizações Fryshuset - Raisa Lang Velazco, U&We - Adalberto Alencar, Coordenadoria de Políticas Públicas do Estado do Ceará - David Barros e o Governo Federal. A agenda segue a todo vapor no Rio de Janeiro, onde Raissa Lang vista à sede da Central Única das favelas (Cufa), em Madureira, conhece o trabalho da Favela Holding e apresenta a Celso Athayde e Nega Gizza um pouco sobre a Fryshuset. Raisa seguirá para a capital cearense para conhecer o trabalho da cufa e dos parceiros. A visita também contará com reuniões com o prefeito de Fortaleza e governador do Estado do Ceará. Haverá visitas ao Centro de Formação Olímpica (CFO), recepcionado pelo Secretário estadual do Esporte, Euler Barbosa.

Já em Brasília o coordenador-geral de Políticas Setoriais, Helber Borges, se reuniu nessa quinta, 14/12, com o presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Preto Zezé Lima, e a coordenadora internacional da Fryshuset, Raisa Velazco. A Fryshuset é uma associação sueca que trabalha com redução de desigualdades por meio do empreendedorismo e educação para jovens. O objetivo foi apresentar à Secretária Nacional Juventude o projeto que já está sendo desenvolvido pela Associação com jovens de Fortaleza (CE).

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Cufa Curitiba levou 230 crianças e adolesce ao Teatro Bom Jesus

No dia 11 de Dezembro, a Central Única das Favelas de Curitiba, através do seu Coordenado de Cultura Francês Ramalho, mobilizaram 230 crianças e adolescentes, de Curitiba e São José dos Pinhais, através do convite da Companhia Lótus Cia de Dança. Na ocasião, ambas as crianças e adolescentes tiveram á oportunidade de irem até o Teatro Bom Jesus e prestigiarem diversas apresentações que englobam á ideia central da companhia, com o tema: "Vejo humanos mas não vejo humanidade". Observa-se que em um país de tantas cores, a diversidade ainda luta diariamente contra o preconceito. Enfim, a varias forma ímpar de combate á segregação, porém, só poderemos avançar frente através de informação e conscientização dessa nova geração, desta forma, as apresentações em questão contemplaram os nossos anseios, dando continuidade em nosso calendário anual que estipulamos para a instituição durante todo o ano de 2017, buscar interagir e levar até as pessoas ações que tratam de resgatar, valorizar e divulgar a cultura afro-paranaense.

Observamos que o denso espetáculo os adultos, adolescentes e crianças retratarão através da dança um pouco do que vivemos nesta sociedade moderna tão intolerante.  Observa-se se que aos gritos os presentes se identificaram com á forma de expressão e de abordar o assunto. Á Lótus Cia de Dança e todos os integrantes estão de parabéns pelo lindo e informativo espetáculo. Registramos nossos agradecimentos em nome de todos os participantes e da instituição, a Lótus por nos presentear com os convites, á Grace Kelly Puchetti Rosa por auxiliar no translado, Clube das Mães – Vitória Régia e a todos os envolvido.





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As atividades, em Curitiba voltada á consciência negra não pararam!

Seguimos abrindo reflexões nas mais diferenciadas instituições e, em/na sociedade é uma das formas de expor ao conhecimento de todas (os) as formas e práticas existentes de racismo. A Central Única das Favelas do Paraná, á alguns anos tem proposto á sociedade levante em favor de conter toda forma de preconceito aos negros paranaenses.  Contudo, observa-se que a sociedade organizada, ou seja, alguns movimentos sociais e governo brasileiro têm sido alvo de muitas campanhas e programas para amenizar essas situações, mas nota-se que ainda vivenciamos dias em que o racismo é de certa forma velado. No entanto, também não atentamos para consequências á logo prazo no que desrespeita á saúde metal da população negra. Parte da população que luta em favor da causa e dos meios de comunicação (mediático) procuram trazer á discussão no mês de novembro, ou melhor, no dia 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil, em que se comemora á data por coincidir com a morte de Zumbi dos Palmares um escravizado que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os afro-brasileiros, porém alguns grupos fomentam ações e projetos durante o ano.
No Brasil, estamos falando de 54% da população, ressalta o psicólogo e teólogo José Antônio Campos Jardim ao debater a importância de se tratar sobre o assunto durante todos os 365 dias do ano, devido às consequências causadas pelo assunto que tanto afetam negativamente as estruturas do individuo. Á convite do Doutor Sebastião Ramos dos Santos Neto e João Carlos, na ocasião, ministraram sobre: "Racismo Institucional: As consequências psicológicas para o indivíduo";  na Escola Superior de Polícia Civil – ESPC. A palestra foi realizada no dia 05 de Dezembro, o Presidente Estadual da Cufa, José Antonio que estava acompanhado do psicólogo Isaac Santos – pesquisador da questão. Junto aos presentes da ESPC, PUC e outros, o palestrante chamou todos para refletirem e ampliar os focos no que despeita á aplicação dos direitos humanos, igualdade direita, respeito à dignidade da pessoa humana, de forma geral e, principalmente à questão da igualdade racial. No entanto, para conhecimento do contexto histórico, Zumbi morreu enquanto defendia a sua comunidade e lutava pelos direitos do seu povo. A data virou feriado no Brasil, embora não seja adotado em todos os locais – é feriado em 1.047 municípios brasileiros. Foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. “De forma silenciosa e velada o racismo institucional prolifera-se difusamente no funcionamento cotidiano de instituições. A Psicologia oferece inúmeras contribuições na assistência humanizada e promotora de dignidade. Não podemos ficar de braços cruzados perante esta realidade”. ... Comenta José Antonio





Confira:
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As atividades, em Loanda voltadas á consciência negra não pararam!

20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil, comemora-se nesta data por coincidir com a morte de Zumbi dos Palmares um escravizado que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os brasileiros de raça negra. No dia 21 de Novembro, Cassio Gomes, colaborador da Central Única das Favelas de Loanda e como agente sociopolítico realizou uma palestra sobre Políticas Públicas voltadas aos negros, sobre as leis afirmativas, sobre conscientização política dos negros e até movimentos de capoeira. Á convite da Diretora Neka do Colégio Paraná. Na ocasião teve cooperação da Professora André Baronceli com jogo e Adelia Costa Alves Milharesi que compartilhou parte da fala.
No entanto, para conhecimento do contexto histórico, Zumbi morreu enquanto defendia a sua comunidade e lutava pelos direitos do seu povo. A data virou feriado no Brasil, embora não seja adotado em todos os locais – é feriado em 1.047 municípios brasileiros. Foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. No Brasil, os negros somam-se 54% da população, a maioria são moradores de favelas, movimentando 68,6 bilhões de reais por ano, segundo o Instituto Data Favela, desta forma, toda discussão continua é pertinente para o empoderamento dos pares na luta pela igualitariedade.

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Colorido dos grafites tomou conta das paredes do Centro da Juventude

O grafite surgiu na década de 1970, em Nova Iorque, quando alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade. Nos últimos anos á arte urbana evoluiu em suas técnicas e desenhos, dando viabilidade á vários artistas brasileiros. A Central Única das Favelas – em especial, no Paraná, nos últimos anos os artistas integrantes da Cufa têm ganhado destaque através dos seus trabalhos em território Nacional e Internacional, á exemplos Isaac Souza, Francês Ramalho e Anderson M. da Silva. A arte do graffiti é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
A Cufa está ligada diretamente em suas gêneses a vários movimentos urbanos, em especial ao Hip Hop. Desta forma, segue utilizando-se não só das culturas, á exemplo o graffiti, mas de todos os processos ideológico do Hip Hop para arrebanhar, redirecionar conceitos e escolhas infanto-juvenis.  Dentro desta perspectiva nos dias 20 a 24 de novembro, o Centro da Juventude de São Mateus do Sul, ganhou Mais Cores Mais Vida. Um grupo de 22 jovens participaram da oficina “A Arte do Grafite”, promovido pela Prefeitura Municipal, por intermédio da Secretaria de Assistência Social. O responsável por ensinar o passo a passo da arte, foi o instrutor do Senac e especialista em cultura urbana, grafiteiro, cantor, compositor e poeta, Anderson Marcos da Silva, de Cascavel. Andy como é conhecido na região Oeste é Coordenador da Central Única das Favelas em Cascavel.




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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Contrariar as estatísticas. ... é a meta!

VERSOS | PROSAS – Por: José Antonio Campos Jardim
Alguns episódios ou pensamentos em nossas vidas são mágicos e únicos. E, até certo ponto são conscientes, não dá para entendê-los no plano real. Todavia, é que eles surgem como um passe de mágica e relaciona-se diretamente com o pensamento presente, nutrindo-se de fragmentos do passado e atualizando-se de elementos do imaginário, ou seja, futuro. Dias atrás fui agraciado com um episódio desses e neste em especial fui conduzido à minha adolescência, passado e para ser mais exato, eu, voltei vinte e cinco anos atrás da minha vida. Pela primeira vez ... na oportunidade pude acessar meu imaginário (inconsciente/reprimido) foram alguns segundos de retrospectiva de vida - doces lembranças. Na ocasião, deparei-me com um adolescente sem perspectiva de vida, confuso, angustiado e inconformado com sua realidade e a dos seus amigos adotados pela criminalidade. Tal devaneio veio à tona quando estava preste a assumir minha fala na Escola Superior da Polícia Civil para falar sobre "Racismo Institucional: E as Consequências Psicológicas para o indivíduo". Em meu delirium vi-me na figura de um adolescente, magrelo, franzino e assustado - nada diferente do cotidiano de milhares de adolescentes nos dias atuais. Reafirmo, vivenciei pela primeira vez o tal do déjà-vu, eu, achava que este lance de viajar acordado de olhos abertos era coisa de usuários de drogas ou de ricos. É, foi uma alucinação muito louca como dizem, os pias nas ruas.


Porém, ao votar a realidade (presente) a minha mente me traiu e despojou-me de fatos vivenciados na adolescência. Repreendeu-me do porquê da viajem e automaticamente, relacionou o momento a minha vida passada. Nesta viajem tive o desprazer de acessar os episódios de quando eu e meus amigos éramos perseguidos pelos policias. Não teve um dia sequer em nossa história que um de nós não levou uma geral da polícia. Éramos constantemente caçados, a todo momento, não entendíamos - o por quê? No entanto, os episódios passaram a ser considerados por nós "negativos", pois, todo vexame gerava ódio e para com todos os policiais. Passamos a generalizar e tê-los como os homens maus. Nesta época, por volata de 1980, também nutríamos nossas rivalidades entre as Gangues, ou seja, entre as favelas vizinhas. Não dava para vacilar ao adentrar em território inimigo e de igual forma com o efetivo que nos perseguia diariamente. Gerenciávamos toda indignação de igual forma para com todos os adversários. Éramos movidos pelo sentimento da raiva para com os adolescentes das Gangues rivais por questões de território, liderança e das meninas. Já para com os policiais por nos oprimir em público diariamente, lembro-me claramente dos altos cola brincos (tampas na cabeça), socos no estomago e tapas na cara durante os enquadro. Inúmeras vezes fomos envergonhadas em praça pública, nas ruas e enfrente a "nossa escola" - matérias jogados ao chão.
Ao relacionarmos toda humilhação vivenciada as leis das ruas e é claro, o sangue fervia, pois, era do conhecimento de todos os pivetes que na cara de um ser humano não se bate. Mas, os caras (policias) sabiam disso e utilizam dessa violência para nós humilhava duas vezes - uma ao nos bater na cara e outra ao nos humilhar em público. Para nós eles eram a personificação do sistema opressor, nas favelas. E, mesmo não entendendo muito bem tal analise, pois, ora eram a lei e ordem, porém, na surdina eram também os bandidos que passavam para arrecadar dinheiro nas bocas de fumo. E como entender ou respeitar? Pois, os mesmos policiais que nos abordavam com fins de manter a "ordem" eram o que promoviam a desordem -, já anestesiados pelo descaso e cansados, constantemente respondíamos as repetidas perguntas:
A) O que fazem aqui?
B) Usam drogas?
C) Onde mora?

Tínhamos as respostas na ponta da língua, mas, não entendíamos o porquê agirem com crueldade conosco ou melhor, hoje, entendo! Éramos nós proibidos de acessar nossos direitos a cidade. E, nas abordagens os caras faziam questão de bagunçar as nossas bolsas de escola em busca de nada -, era tanto terror para quê? Parece-me que tinham prazer em jogar os nossos materiais escolares no chão - sorriam ao fazer isto. ... e por alguns minutos nos esculachavam. Várias e várias vezes jogaram nossos cadernos no barro e pisotearam. ... e, ao final, tínhamos que juntar rapidamente aos ponta pés, e mesmo, sabendo eles que estávamos voltando da escola para casa. Entre todos adolescentes o João era o mais preto entre nós. Um cara do bem, amigo de todos e para todos os momentos. O grupo apelidou pelo vulgo de Tijolo. O negão era forte e bom de bola que só, chegou a jogar em algumas escolinhas de futebol, mas, sem apoio familiar abandonou e foi ficar conosco nas ruas. Ele era quem mais sofria com os enquadros.
Tijolo tinha um chute de direita que mais parecia um tiro de canhão, assim dizia os goleiros e dava até dó deles ou de quem se atrevia entra na frente dos chutes. Por várias vezes no campinho de terra vermelha batida, presenciamos goleiros abandonar o gol na carreira enquanto ele se preparava para chutar, outro que se ariscavam a pegar seu chute quebraram o dedo ou dedos.  Nunca “entendemos” muito bem os motivos da revolta dele, pois, parte de nós tínhamos os pais separados e “justificávamos ser revoltados” mediante às separações. Já o Tijolo, convivia com os pais, tínhamos invejamos dele e sempre nos questionamos o porquê usar drogas. ... ah, ele também era mostro na dança. Em sua casa tinha tubaína e frango assado aos fins de semana. Na época em que dançava ganhou vários títulos com o grupe de dança, Black Line. Não dava muito para entender qual era a dele. ... o cara era bom de bola e dançava horrores e tinha carne assado e tubaína em sua casa, as meninas piravam com ele. E era um cara revoltado, ele convivia com mais três irmãos, os pais e o agregado, o Palito. Tijolo sempre se referia ao Palito como cunhado. Palito não curtia a galera, vivia pelos cantos e pouca conversa, o apelido fomo-nos que colocamos. O cara era idêntico a um Palito de fósforos - cabelo avermelhado e magrelo. Ele não convivia com a família do Tijolo, vinha uma vez ou outra nas quartas e na sexta partia. Nos bastidores sempre rolava algumas piadas entre nós que o maluco era casado e só passava na casa do Tijolo para dar uns pegas na irmã dele. Rolou altas tretas por estas conversas fiadas, mas estava na cara que havia alguma treta.
Quanto ao Tijolo não sabíamos ao certo se os seus pais não ligavam para eles - ou seja, a mesma situação que os nossos irmãos mais velhos, responsáveis pela casa e pelos irmãos mais novos. Seus pais todos saiam de madrugada para trabalhar, ele ficava na responsabilidade de arrumar os irmãos e levá-los para creche. Por vezes chegava à escola atrasado com mil e uma desculpa, mas, dava pra perceber pelo cabelo cheio de lá de coberta e sem o uniforme, quando uniformizado sujo e amassada, rosto surjo de remela, os sinais indicava que ele dedicou todo o tempo aos irmãos e se esqueceu dele, mas, não tinha desculpa era motivo das piadas e várias brigas entre nos. Ele, malandro não deixava baixo e encarnava em nossas almas relembrando nossas pisadas na bola nas ruas. Roberto, seu pai era metido a malandrão, cheio de ginga no andar, falava na gíria, vivia de banca em banca jogando no bicho com a velha ilusão que ganharia e ficaria rico. Sua mãe, Maria uma negra peso pesado, saia muito cedo todos os dias para trabalhar de diarista - partia no primeiro busão, ás 5h30 da madrugada. Poucas vezes há víamos a não ser aos finais de semana, no domingo quando preparava o delicioso frango. E, nos tempinhos que tinha entre o jogão e limpeza da casa aplicava aquele sermão... “olha o que vocês estão aprontando durante a semana". ... "já avisei vocês! ... Se souber de algo vou pegar todos pela orelha e levar até os pais de vocês - só a voz de trovão dá mulher já metia maior medo”. Sim tia. ... estamos de boa, não estamos fazendo nada - era nossa resposta. Na frente dá casa do Tijolo, havia uma grande árvore de Santa Barbara, embaixo daquela abençoada sombra, fizemos alguns bancos, transformamos a casa do maluco, em nosso QG. Toda Gangue se reunia ali durante a semana, orquestrávamos as bagunças nas ruas, jogos de futebol, os passes de dança e os passeios. Enfim, tudo era maravilhoso, mas sempre nos incomodava e nos angustiava em ouvir o Tijolo falando das gerais na rua, indagávamos o porquê das perseguições, ele alvo constante da polícia e não entendíamos. Anos depois um senhor capoeirista nos explicou, passamos a entendemos que os negros, ou seja, tudo que está ligado à cultura afro-brasileira era alvo de injurias e por ser ele negro -, suspeitos pelos policiais e pela cor eram subjugados constantemente. Tijolo parecia o homem arranha, vivia com as mãos nas paredes. Foi nesta época que observamos como éramos vistos pelos brancos asfatistas. E, ser negro para os policias e para uma grande parcela da sociedade é ser sempre o suspeito. Desta forma, fez para nós total sentido a letra Negro Drama - Racionais Mc´s para nós.


Todavia, toda perseguição alimentava o nosso ódio. ...  nossa vontade era parti pra cima, mas, sabíamos que levaríamos desacerto grande. ... o jeito era ficar calado, pois, só de responder “não” em vez de “não senhor” apanhávamos na cara com direito a plateia nos assistindo.  No entanto, toda repressão alimentava minha indignação, mas, de forma contrária e tinha comigo que sobressairia ao sistema opressor, não ficaria na inércia que o sistema me colocava, não seria tragado pelo crime e ser mais um preto fudido a alimentar o sistema carcerário. Em meio a toda desgraça que a nós é atribuído, aprendi que nada vem fácil da ponte pra cá. ... (Racionais) e superar, ocupar espaços é a meta, pois só assim contrariamos as estatísticas. ... anos se passaram e nada mudou para adolescentes negros no Brasil. As oportunidades continuam escassas, jovens sendo assassinado diariamente e os espaço de poder continua predominado pela elite patriarcal caucasiana. Lembro-me que parte de nós tive que “abandonamos” os estudos para poder trabalhar nas lavouras de café, algodão, soja e outras entre safras. A renda servia para nos manter e auxiliar nos gastos de nossas casas. O pior de ser boia-fria era ter que aguentar os outros adolescentes brancos nos zoando. Éramos motivos de sátiras e piadas constante pela cor de pele, perseguido por trabalhar na roça e ter a cor da pele preta. Mas, pia de rua é terrível, logo desenvolvemos nossas táticas para ludibriar a geral sobre nosso trampo. E, passamos a deixar as roupas surjas na roça dentro de sacola plástica, caso chovesse durante a noite e íamos com as roupas de ir à igreja nos domingos. E, quando os outros perguntavam em que é onde trabalhávamos sem titubear dávamos o papo reto na geral, inventando as mais loucas empresas e serviços. Por algum tempo os vacilões curiosos caíram em nosso papo furado.
Mas, alguns adolescente não estavam nem aí com nossos trabalhos, ficavam de zoião em nossas roupas, maravilhados em nos ver ostentando tênis de marca e em nosso dinheiro, era só alegria, geral e a tia da barraca de pastel ficava de cara, pois, tínhamos grana todos os dias pra compra tubaína, pão francês e paçoquinha de amendoim todos os dias. Algumas pessoas indagavam como podia termos “ótimos serviços” e não estudar, aliás estudávamos, mas já ouviu falar no estudante turista? Aparece no início do ano e no fim pra reclamar das faltas e das notas. Um dia a casa caiu, um ou alguns pilantras nos fizeram o favor de roubarem as nossas roupas na roça. Naquele dia tivemos que capinar soja com as roupas de passeio. E, capinar soja têm dois problemas, o primeiro: O orvalho da noite que molha as folhas do pé de soja que molha toda a roupa durante a manhã; segundo. ... á terra vermelha seca sobe com as enxadadas. Juntando estas misturas (água e terra) temos a química perfeita para formação do barro. Em resumo as nossas roupas ficaram imundas/avermelhadas. Ao desembarcarmos do pau-de-arara (caminhão que transportava as pessoas - hoje proibido), para nossa infelicidade demos de cara com o Barata. Um cara que classificamos no mínimo estranho, branco igual uma folha de papel, seus olhos eram tão azuis que parecia com o fundo da piscina da casa onde minha mãe trabalhava, cortava o cabelo modelo tigelinha, vivia isolados na escola, não era amigo de ninguém e também não era nosso inimigo. Nossa missão era tentar calar o Barata, pois ele nos viu descendo do pau-de-arara, sujos.
Barata, era uma espécie de lobo solitário, sem matilha. Não tinha amigos e vivia isolado. Por algumas vezes nos ajudou com algumas brigas na escola, sem parceria afetiva, até o dia que solicitamos sua ajuda contra a Gangue Sete Copas. Está Gangue era temida na escola pelo grande número de membros, pela crueldade e por nunca apanharem das outras Gangues. Os caras empatavam com a gente, pois também até aquele dia éramos invictos. Sempre ficou no ar se um dia nos encontrasse que levaria a pior. Por fim este triste dia chegou, o medo falou mais alto entre nós, pois, algumas histórias circulavam nos corredores da escola que os Sete Copas tinham furado de faca um pai de um aluno. Éramos terríveis, mas nada de machucar as pessoas. Naquele momento toda ajuda era bem-vinda e nada melhor do que o Barata, cara estranho com hábitos sinistro para somar-se a nós. Nosso calculo era ter reforço para chegar de igual na guerra que estava por vir. Barata ao ser convocado de imediato aceito e nos convocou para de estratégia de guerra. Marcou a reunião no banheiro da escola no intervalo. Ao adentramos, ele todo valentão colocou geral pra fora e de imediato ordenou o Tijolo que guardasse á porta - "não deixe ninguém entrar. ... se não pego você de soco negão". Naquele dia para nossa tristeza descobrimos que o Barata andava armado com um punhal, corrente e um soco inglês, tudo dentro da velha bolsa jeans. E, material escolar nada, o cara se achava o Rambo. Tudo que não precisávamos para nossa treta. Descobrimos que todo aquele armamento era o motivo dos outros alunos o temer. De imediato, o Barata topou fazer parte da confusão, mas, deixo bem claro que usaria seu punhal e nós a corrente e o soco inglês e que queria furar alguém. Quero ver sangue! Suas palavras aterrorizaram a todos naquela manhã. Saímos da reunião com dúvidas sobre nossa escolha de parceiro, pois, o maluco era um "psicopata". E, ao sacar o punhal de dentro da calça no banheiro entrou em êxtase. Lembrou-me do cabo branco e preto, o bagulho parecia não ter mais fim ao ser empunhado de dentro da sua calça. Entramos em choque, pois, o "psicopata" do Barata queria é matar.
E, com medo de irmos todos presos o jeito era abortar a missão. Convocamos outra reunião. Mas, como falaria para o louco que não rolava sua ajuda, tentamos convencê-lo em não nos ajudar. Não sabemos se ele entendeu ou não, mas, na hora da treta ele compareceu e saiu foi no soco contra os nossos “adversários”. Ufa mais uma vitória e sem morte, alegria, mas, por alguns anos tivemos que andar em duplas, pois, passamos a ser perseguidos pelos Sete Copas. O Barata só teve que amargar um olho roxo que para ele tinha como troféu. E, entre nós ficou a dúvida se o Barata era mesmo Rambo que ele falava ou Branca de Neve - pois, nada do que falou fez. À resposta não saberemos, ele morreu. Mas, na tarde em que nos viu descendo do caminhão de boia fria, fomos até sua casa para convencê-lo a ficar de boca fechada, sabíamos que era missão impossível, tentamos. Ele nos pediu grana semanalmente, recusamos e tentamos entrar em um acordo e não rolou. Cogitamos de dar uma surra nele, porém, o medo do armamento nos impediu. Voltamos para o QG e nos veio à ideia de ameaçar, enfim, como ameaçar um doido. Não tinha medo de nada. ... assim demonstrava. Nada das negociações avançou e por fim o excomungado do Barata só faltou pôr as nossas fotos nos jornais. Por meses fomos motivo de piadas novamente. Mal sabia o Barata que tinha me feito um favor, pois, mediante este episódio resolvi volta de vez para escola e deixar de ser turista. Decidi que terai um emprego que não me rendesse piadas.

E, com todas as dificuldades de um analfabeto funcional conclui mesmo estudo e fui para faculdade e me formei em teologia e psicologia. Ao olha para nosso grupo do passado e para os adolescentes de hoje e, me pergunto: quais são as perspectivas de vida? O Barata nunca machucou ninguém a não ser ele mesmo, pois, um dia em alta velocidade bateu com seu carro contra uma arvore. Toda dor de existir e não ter a cor estabelecida como padrão é que levou o Tijolo ao consumo de drogas e abandonar sua carreira no futebol, pois, era motivo de piadas na escolinha de futebol e constantemente perseguido pelos policias. Isto, viemos saber anos depois no velório do seu irmão mais novo que foi assassinado em uma briga de Gangue. No dia 5 de dezembro, pude voltar ao tempo e vivenciar nossa realidade. ... hoje, entender um pouco sobre a dor da alma, ou melhor, das dores que acumulamos por anos mediante a segregação e marginalização da nossa cor, credo religioso, condição social, cultural, financeira e outros. É fato que milhares de adolescentes não sabem lidar com suas dores, mediante a segregação, são consumidos dia-a-dia em suas angústias e opta pelo anestésico da favela, o crack. Que fique escurecido a todos que nem todo adolescente negro é ladrão por morar em uma favela ou por ser boia fria. ... e, sim, todo adolescente é cidadão.

E, mesmo os nossos pais não ocupando os espaços de poder e não liderando as grandes empresas no Brasil. Nós negros somamos 54% da população, movimentando 68,6 bilhões de reais por ano, segundo o Instituto Data Favela. E, mesmo sendo parte essencial nesta sociedade hipócrita, mal temos acesso a serviços básicos e muitos governantes insistem em fala de meritocracia e que eles saibam que não tem como falar de méritos em um país que não distribui de igual forma suas oportunidades para com todos.
José Antonio é Presidente Estadual da Central Única das Favelas do Paraná, ativista social, empreendedor social, pastor IPB, formado em Teologia (FTSA) e Psicologia. Contato: jose.cufaparana@gmail.com

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Cufa Curitiba, realiza palestra sobre Racismo Institucional

No Brasil, os negros somam-se 54% da população, a maioria são moradores de favelas, movimentando 68,6 bilhões de reais por ano, segundo o Instituto Data Favela, mas seus moradores mal têm acesso a serviços básicos. No entanto, muito se fala em meritocracia, mas as pessoas não terão os mesmos méritos se não tiverem as mesmas oportunidades. Ah, começar pela discriminação racial. Proibido pela lei, o racismo no Brasil segue e não se vê negro sofrer só a discriminação devida ao preconceito racial, operada no plano privado, mas também é, sobretudo o racismo institucional. De forma silenciosa e velada o racismo institucional prolifera-se difusamente no funcionamento cotidiano de instituições. Dissimulado no espaço público e se abriga nos domicílios. Observa-se que os ataques na internet partem de quem se sente protegido pelo anonimato do lar.
“Não podemos ficar de braços cruzados perante esta realidade”. ... Comenta José Antonio – psicologo da AEC - Cufa Paraná. Nos últimos anos á instituição, a Cufa de forma geral intensificou suas ações de combate ao racismo. No Paraná, varias ações são realizadas durante o ano. “Acreditamos que podemos geral conscientização nas pessoas, mas para isto devemos insistentemente ter ações em prol” – afirma José Antonio. Desta forma, no ultimo dia (05/12) os psicólogos Isaac Santos e José Antonio, á convite do Doutor Sebastião R. dos Santos Neto e João Carlos, proporcionamos aos participantes policiais e alunos da PUC, uma reflexão sobre racismo institucional nas dependências da Escola Superior da Policia Civil, em Curitiba. O Racismo institucional. Segundo o “Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional” (2013), O conceito de Racismo. Institucional foi definido pelos ativistas integrantes do grupo Panteras Negras, Stokely Carmichael e. Charles Hamilton em 1967, para especificar como se manifesta o racismo nas estruturas de organização.
Diversos projetos elaborados pela Escola Superior de Polícia Civil voltados ao ensinamento e aplicação dos direitos humanos, igualdade direitos, respeito à dignidade da pessoa humana, de forma geral e, principalmente à questão da igualdade racial já estão sendo colocados em prática e outros já estão previstos também para o exercício de 2018. E, dentro dessa programação e ainda, alusivo à comemoração do Mês da Consciência Negra, na terça-feira, 5 de dezembro, foi realizada a palestra "Racismo Institucional: as consequências psicológicas para o indivíduo", ministrada pelo psicólogo e teólogo José Antônio Campos Jardim que no debate, mostrou a importância de se tratar do assunto devido às consequências causadas pela ignorância sobre o assunto que tanto afetam negativamente as estruturas do Estado e a sociedade”.

Cufa Paraná: contato.cufaparana@gmail.com

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Maratona Nacional do Empreendedorismo do Facebook, em Curitiba

Sucesso por onde passou a Maratona Nacional do Empreendedorismo do Facebook em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) chega a Curitiba no próximo dia 20 de Dezembro. Através do treinamento com ferramentas praticas e consultoria, só em 2017, já foram 4.500 km percorridos em todo o Brasil, entre as cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza (CE), Brasília (DF) e Dourado no Mato Grosso do Sul, e cerca de 700 pessoas capacitadas pela Maratona. Na Capital Paranaense o evento acontecerá no Barracão ao lado do Armazém da Família – Parolin, em Curitiba, em duas etapas, sendo á primeira qualificação com inicio ás 9h da manhã e a segunda 13h. As aulas serão ministradas por professores do Facebook/Cufa, pessoas estas capacitadas nas devidas áreas de empreendedorismo e manutenção das ferramentas virtuais. Os participantes receberam ao termino de cada curso diplomas. No entanto, a iniciativa visa capacitar comerciantes, prestadores de serviços, artistas e outros integrantes da economia de Curitiba e região metropolitana que usarem o FACEBOOK para alavancar seus negócios.
(Evento de Brasilia)
Estamos diante de uma grande oportunidade sem precedentes, que passa diretamente pela valorização dos empreendedores das favelas paranaense, proporcionando autonomia, conhecimento e oportunidade para desenvolvimento e crescimento dos negócios. Todos estão convidados para mais um dia de capacitação, que ocorrerá em parceria com apoio direto da Associação de Moradores do Parolin. “É, fato que não teríamos conseguido chegar a essa compreensão de fomentar á qualificação dos empreendedores nas favelas sem antes nos colocar no lugar do público, que em nossa avaliação estão ávidos para empreender e, mediante seus negócios, contribuem ainda mais no aquecimento da economia local e no desenvolvimento do mercado paranaense como um todo” – comenta José Antonio (Zé da Cufa) - Presidente Estadual da Cufa Paraná.

O evento na capital paranaense será gratuito, as duvidas podem ser sanadas e ou possível informações para pré-inscrição podem ser feitas/solicitadas pelos seguintes contatos: Nilton Gonzaga (41) 984565002 // maratonafacebookcuritiba@gmail.com // jose.cufaparana@gmail.com


                                                                                 (Evento de Brasilia)