VERSOS & PROSAS – FAVELA | Por José
A. Jardim, 27 Dez. 2019
Ao entregar meu cartão a uma pessoa: ...
Ah! Você eh psicologoooo?
Nada contra perguntam e a pessoa; loira,
rica e branca, até por não convivo com ela pra dizer quem és e se eh racista ou não .... mas, contra sua
forma de expressão ao saber que sou psicologo, um ar de espanto. ... Você eh psicólogoooo? No momento viu que exagerou e tentou criar um clima ... mas, com direito a extensão
vocal - psicóclogooo não há remendo que resolva tal comportamento. Pois, ser psicólogo na concepção dela eh algo restrito para uma só classe social,
sobretudo, estamos eh longe dá ruptura do julgo aos estereótipos.
Expando, este que ao viés histórico é explicável.
Se estabelece na sociedade brasileira e define uma só classe
social dominante. E, ao longo dos anos fixa também seus mecanismos de controle
aos espaços de formação acadêmica. ... e este, tende a controlar os que
adentram e saem, principalmente os que forjem dos padrões estabelecidos pela
sociedade burguesa; no entanto, no embate camuflam-se em meio as situações
cotidianas restringindo suas ideias e discursos ao cunho de que foi brincadeira,
me espantei só isso, entre outros.
Enfim, eh preciso considerar que o
racismo é uma questão que se mantém também ativo nas restrições dos espaços
ocupados pelos negros, pardos e as mulheres, e sob as supostas brincadeiras e
comparações ao autodefinir alguns como casta "superior" –
redefinindo outros como inferior, eh crime. E, pegando um gancho na psicologia, o racismo
existe e ele mata todos os dias e não só fisicamente, mas, psicologicamente e deixando
cicatrizes profundas.
No entanto, para além da
individualidade, conquistas do outro e das vontades ou opiniões, as castas
caucasianas fixam nos espaços o poder simbólico, mecanismo este de pertencimento e
controle. Limitando e tornando o acesso extremamente difícil aos espaços ao negro e as mulheres. E, ao estabelecer limites para quem adentra aos
espaços sob o viés do controle simbólico tentam redefinir constantemente o
perfil dos ocupantes e não só através da hierarquização da supremacia caucásia, mas, também quem fará
parte do espaço em questão.
E, apesar da representatividade da
cultura afro-brasileira estar presente e viva em cada canto do país, os registros de
casos de racismo e restrições de espaços seguem em ascensão — hoje é possível
identificar esses sujeitos e os setores conservadores, a exemplo, os jogos de
futebol, na politica e nas grande empresas. Estabelecem quem são os que devem participar dos melhores espaços e em qual espaço vão adentrar.
Contudo, muitas questões e desafios
sobre o tema merecem atenção, pois, em um país com 54% da população negra ... um pai negro tendo que provar que uma família negra não consegue alugar uma casa, em razão
de preconceito, ou que o negro não consegue emprego – psicólogo, advogado,
dentista, entre outros profissionais, em razão do racismo, bem como a falta de
execução da legislação e andamento das ações na justiça penal, pois, os atos
acontecem todos os dias – mas, não é todos os dias que os criminosos vão
presos e permanecem presos. De fato, estamos eh regredindo. ..?
#nãoaoracismo #vidanegraimporta #racismoecrime
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#nãoaoracismo #vidanegraimporta #racismoecrime
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Os textos, entrevistas, entre outros são
de autoria de colaboradores ou dos colunistas da Coluna Versos & Prosas. Sobretudo,
não representa ideias ou opiniões do veículo em questão, mas, a liberdade de
expressão. No entanto, a Coluna Versos & Prosas oferece um espaço para as vozes,
em especial a favela, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.