Versos | Prosas - Por Michelle M. Praxedes
Silva
A
educação é um direito constitucional conforme o artigo 205 da nossa lei máxima,
mas observando a situação do nosso país que caminha na direção de uma curva
descendente, no que se refere aos direitos constitucionais, eu lhe convido a
refletir: qual é a educação de direito da população menos assistida? Ou melhor,
a periferia /o pobre tem direito a qual educação?
Foto: autor desconhecido - Google 12/07/17
Diante
deste questionamento, vejo que o leque de perguntas começa a se ampliar. A
educação que esta população tem direito é aquela que mudará sua condição de
vida tanto física, como sua visão de mundo, os tornando sujeitos capazes de
compreender e buscar alternativas de mudanças? Ou é aquela educação que lhes
permitirá integrar um exército de reserva momentâneo, podendo ser descartado a
qualquer momento? Qual educação? Aquela que a partir de reformas limita o
conhecimento, que pela falta de investimentos desestimula tanto o aluno quanto
o professor? Ou aquela nos liberta, nos permite sonhar, acreditar e participar
ativamente da sociedade?
Observando
esta educação que é destinada a população pobre nota-se um crescimento numa
curva ascendente do número de pessoas que sofrem em função deste sistema, com
uma educação cada vez mais degradada. Podemos afirmar que o sistema capitalista
perpetua a exclusão que ele mesmo produz, No entanto, depende dessa exclusão
para existir, assim conforme nos traz Martins (2002) “a sociedade que exclui é
a mesma sociedade que integra e cria formas também desumanas de participação,
na medida em que delas faz condição de privilégios e não de direitos (p.11)”.
Na
contramão disso tudo, percebemos cada vez mais ações da educação não formal
buscando meios de possibilitar a população de periferia / menos assistidos, que
é possível ocorrer mudanças a partir do momento em que houver o empoderamento
desta população, no sentido de possibilitar a estas pessoas serem sujeitos de
sua própria história.
Referência:
MARTINS, J. de S. A
sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes
sociais. Petrópolis RJ: Vozes, 2002.
Michelle Mayara Praxedes
Silva é formada em pedagogia, mestre em educação pela Universidade Estadual de
Londrina, ativista social e coordena com o Leandro Palmeirah A Cufa Londrina.
O projeto
- Versos/Prosas e Favela | foi idealizado por Zé da Cufa que é presidente estadual da Cufa Paraná, psicólogo, pastor, ativista em favor de
reflexões e ações de combate aos excluído e marginalizados. E-mail:
jose.cufaparana@gmail.com
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