Versos | Prosas - Por José Antonio C. Jardim
Alguns anos atrás, a favela – ou os moradores das favelas – eram responsabilizados pela maioria das desgraças sociais ocorridas. A própria
palavra “favela” era evitada até por alguns moradores. Assumir que era morador
de favela lhe renderia alguns rótulos, pois algumas pessoas acreditam que parte das
mazelas (violência, drogas, assassinatos e outros) ocorridas na sociedade por culpa dos “favelados”. Nota-se que o preconceito em
relação ao território e seus moradores em parte são propagados pela desinformação.
Favela Tiradentes - Curitiba - Arte Francês e alunos
Desta forma, foi-se o tempo em que a favela era reduto de baixa renda. Uma
radiografia desses territórios recém lançada tem mostrado a nova favela brasileira. E, ao expor o ressurgimento dos anônimos para o seu devido lugar na cadeia de produção e consumo. Nos leva á reflexão não só do território geográfico, mas ao que atribui-se. Os avanços financeiros podem ser visto no livro Um país chamado favela, escrito por Celso Athayde
(fundador da Central Única das Favelas) e Renato Meirelles (presidente do Data
Popular). Eles demonstrada por A+B á evolução financeira das favelas, desmistificando toda estigma de pobreza atribuído á favela. Isto nos leva também á reflexão que estes territórios não são o únicos e exclusivos reduto propagador de mazelas sociais.
As favelas não é e nunca foi o berço da violência no Brasil como também não é o berço da
pobreza ou da bandidagem. A pesquisa feita com 2 mil moradores de 63
favelas brasileiras demostra que a classe média dobrou de tamanho nas comunidades e a média salarial é de R$ 910 reais, metade das casas tem tevê de plasma ou de LCD,
computador e micro-ondas. Um território consumidor que em comparação aos países como Paraguai e Bolívia tem um maior consumo e giro financeiro. Com população estimada em 12 milhões de pessoas e um giro de 56 bilhões e se fosse um estado brasileiros, seria
maior que o Estado do Paraná.
Observa-se que as favelas evoluíram – não só financeiramente,
culturalmente e socialmente, mas em todos os sentidos. Para Preto Zezé, Presidente da Cufa Brasil, “o acesso à economia tirou as favelas brasileiras do
papel de coadjuvantes da sua própria história; são protagonistas, peças-chave
do processo de desenvolvimento. Hoje, não cabe mais este discurso generalizado.
Os moradores de favelas não aceitaram mais ser coadjuvantes da própria história
e nem ser subprodutos de atravessadores, somos protagonistas da nossa própria
história”. E, para Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas. “Na favela
não há pessoas carentes, carente é como nos chamam, na favela há pessoas que
produzem, trabalham e lutam por seus sonhos”.
"Nos dias atuais em nossas favelas as pessoas não se permitem mais ser “buchas”, pautadas por lutas alheias. Queremos a cada dia sair do estado de invisibilidade, cansamos de empunhar bandeiras alheias que não nos representa, agora lutam pelos nossos próprios interesses. As favelas tornaram-se autossustentáveis, os moradores não mais aceitam ser “ratos de laboratório”. Comenta Zé da Cufa - Presidente da Cufa Paraná. Não pactuam com o medo das contradições, dos rótulos; vamos à luta, transformam o estigma em carisma, o rancor em amor, não omitimos mais nossas fraquezas; ao contrário e é na fraqueza que nos fazemos fortes.
Hoje, podemos projetam nossa visão de mundo e nos fazemos presentes no discurso da vida pública. Não temos mais como olhar as favelas como o primo pobre da sociedade burguesa, mas sim como parte da sociedade. As favelas querem mais porque sabem que o passado não foi fácil, e, quando olham para o futuro, sabem que é possível fazer muito mais, não só pelas favelas, mas pelo país como um todo.
"Nos dias atuais em nossas favelas as pessoas não se permitem mais ser “buchas”, pautadas por lutas alheias. Queremos a cada dia sair do estado de invisibilidade, cansamos de empunhar bandeiras alheias que não nos representa, agora lutam pelos nossos próprios interesses. As favelas tornaram-se autossustentáveis, os moradores não mais aceitam ser “ratos de laboratório”. Comenta Zé da Cufa - Presidente da Cufa Paraná. Não pactuam com o medo das contradições, dos rótulos; vamos à luta, transformam o estigma em carisma, o rancor em amor, não omitimos mais nossas fraquezas; ao contrário e é na fraqueza que nos fazemos fortes.
Hoje, podemos projetam nossa visão de mundo e nos fazemos presentes no discurso da vida pública. Não temos mais como olhar as favelas como o primo pobre da sociedade burguesa, mas sim como parte da sociedade. As favelas querem mais porque sabem que o passado não foi fácil, e, quando olham para o futuro, sabem que é possível fazer muito mais, não só pelas favelas, mas pelo país como um todo.
Este relato encontra-se disponível em outras
mídias | Zé da Cufa - como é conhecido
é ativista social, empreendedor social, produtor cultural, palestrante e é
Presidente Estadual da Central Única das Favelas do Paraná.
O projeto
- Versos/Prosas e Favela | foi idealizado por Zé da Cufa que é
Presidente Estadual da Cufa Paraná, psicólogo, pastor e ativista em favor de
reflexões e ações de combate aos excluído e marginalizados. E-mail: jose.cufaparana@gmail.com
Muito bom!Parabéns pelo blog e pel Luta, sempre!
ResponderExcluirA força Cufa nos mobiliza a seguir em busca dos nossos objetivos.
ResponderExcluirÓtimo texto Ze. Como sempre traz reflexões que nos sensibilizam com a causa social
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